A 30ª Conferência do Clima da ONU (COP30) abriu nesta segunda-feira (10.11), em Belém (PA), reunindo delegações de quase 200 países, diplomatas, lideranças, cientistas e empresários. Pela primeira vez realizada na Amazônia, a COP traz para o cenário global temas que afetam diretamente o agronegócio brasileiro e toda a cadeia produtiva rural.
Entre os pontos de maior interesse para o setor estão a transição energética, mercados de carbono, financiamento climático e novas regras para o uso da terra. O compromisso dos combustíveis sustentáveis, batizado de “Belém 4X”, prevê quadruplicar o uso de alternativas como biogás, biocombustíveis e hidrogênio verde até 2035, acelerando o desenvolvimento de matrizes limpas e mais competitivas para o campo. Esses avanços trazem oportunidades para produtores rurais que já apostam em fontes renováveis e reciclagem de resíduos agropecuários.
A Coalizão Internacional de Mercados Regulados de Carbono ganha força no evento e pode abrir portas para que propriedades rurais recebam por serviços ambientais e práticas que reduzam a emissão de gases de efeito estufa. O alinhamento das regras internacionais promete ampliar a oferta de créditos de carbono, gerar renda extra e atrair investimentos para áreas de agricultura sustentável, recuperação de pastagens e manejo de florestas.
Outro destaque é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), lançado com mais de US$ 5,5 bilhões em promessas iniciais. O fundo busca remunerar países e produtores pela manutenção das florestas em pé, colocando valor econômico na conservação e podendo trazer impacto direto ao modelo de produção brasileiro, especialmente na Amazônia, no Cerrado e em áreas de recuperação ambiental.
As discussões sobre adaptação climática também envolvem o agronegócio, exigindo planos nacionais para enfrentar eventos extremos, buscar tecnologia e financiamento para irrigação eficiente, seguro agrícola e manejo sustentável dos solos. O Marco UAE–Belém para Resiliência Climática Global propõe indicadores para monitorar como países e setores produtivos estão se preparando para responder aos novos desafios do clima.
Por fim, a necessidade de financiamento em larga escala e juros baixos é central para que produtores rurais brasileiros acessem recursos necessários à modernização, inovação e cumprimento de metas ambientais. Os debates da COP30 em Belém mostram que o futuro do agro está cada vez mais ligado à agenda climática, tanto em exigências quanto em oportunidades para produção sustentável, geração de renda e valorização dos serviços ecossistêmicos prestados pelo setor.
Abertura da conferência principal (Blue Zone): A cerimônia oficial de abertura foi realizada às 10h (horário de Brasília).
Abertura da “Free Zone” (ou Green Zone), área cultural aberta ao público: Acontece em horários diferenciados
Horários de pavilhões e eventos específicos: A programação detalhada de cada pavilhão e evento (como o Pavilhão Brasil, Pavilhão do Círculo dos Povos, etc.) possui horários próprios, que geralmente começam por volta das 9h ou 10h da manhã e se estendem ao longo do dia.
Fonte: Pensar Agro























