O município de Cacoal (480 km da capital, Porto Velho), em Rondônia, se prepara para receber, nos dias 23 e 24 de outubro, a 2ª Feira Robustas Amazônicos e o 10º Concurso de Qualidade e Sustentabilidade do Café de Rondônia (Concafé), dois dos principais eventos do país voltados à cafeicultura de base amazônica. A expectativa é que a feira movimente mais de R$ 40 milhões em negócios, reunindo produtores, torrefadores, investidores, exportadores e indústrias de máquinas agrícolas.
A programação vai ocupar o Centro de Treinamento da Emater-RO, em Cacoal, e contará com mais de 100 expositores entre cooperativas, agroindústrias e instituições de pesquisa. Além das rodadas de negócios, o público poderá acompanhar degustações de cafés especiais, palestras técnicas, workshops sobre manejo e sustentabilidade, exposição científica de novas variedades clonais e lançamentos de produtos regionais.
Com 17 mil produtores rurais dedicados à cafeicultura, Rondônia é hoje o segundo maior produtor de café da região Norte e o quinto do país. Do total, cerca de 10 mil agricultores trabalham com o robusta amazônico, variedade que ocupa mais de 50 mil hectares e vem ganhando espaço em cafeterias e mercados de cafés especiais do Brasil e do exterior.
O governo do estado estima que, somente em 2024, a produção ultrapasse 3 milhões de sacas beneficiadas, impulsionada pelo uso de mudas clonais desenvolvidas pela Embrapa e distribuídas por meio do programa Plante Mais, que já entregou mais de 2 milhões de plantas a pequenos e médios produtores.
Nesta edição, 16 agroindústrias apresentarão novidades em blends, cápsulas e cafés gourmet de origem amazônica, além de produtos derivados como chocolates, cachaças e cosméticos à base de café. O evento também servirá como vitrine para o CarbCafé, tecnologia de produção desenvolvida pela Embrapa Rondônia, que reduz as emissões de carbono e já foi usada no microlote rondoniense premiado com 100 pontos em testes internacionais de qualidade.
O Concafé, que acontece em paralelo à feira, teve recorde de inscrições neste ano. As amostras finalistas estão sendo analisadas e os vencedores serão anunciados durante o evento. A premiação total ultrapassa R$ 400 mil, distribuídos entre as categorias de qualidade, sustentabilidade e inovação produtiva.
Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), a feira é uma das ações do plano de valorização do agronegócio rondoniense, que já recebeu R$ 200 milhões em investimentos públicos nos últimos anos em assistência técnica, fomento e maquinário. A meta é tornar Rondônia referência nacional em cafés sustentáveis até 2030.
Durante os dois dias de evento, os visitantes também poderão participar de sessões de cupping (prova de café), assistir a demonstrações de torrefação artesanal e conhecer o projeto “Rota do Café Amazônico”, que pretende incluir o estado em roteiros de turismo rural e gastronômico.
Para os produtores, a feira é mais que uma vitrine: é a oportunidade de fechar contratos, diversificar a renda e agregar valor à produção. A expectativa do setor é que a edição de 2024 confirme Rondônia como um dos novos polos brasileiros de café especial, com identidade amazônica e compromisso ambiental.
Fonte: Pensar Agro