Diretora da cadeia pública de Nova Xavantina -há cerca de um ano e meio transformada em presídio exclusivamente feminino-, Guiomar Silva da Costa, agente penitenciária desde os tempos masculinos da instituição, falou ao site NX1 sobre o dia a dia do presídio.
"Eu estou diretora, porque como a unidade ficou exclusivamente feminina, a gestora também tem que ser feminina, então o pessoal aqui fez uma reunião e me escolheu" falou a diretora.
Segundo ela, uma das diferenças em relação ao tempo antigo, é o atendimento médico, que com as mulheres, é muito mais intensivo: "as mulheres são diferenciadas, tem exames de rotina, TPM e uma série de procedimentos médicos que os homens não tem" explicou.
DIA A DIA
A unidade agora possui duas viaturas, pois atende desde Barra do Garças até o baixo Araguaia; melhorou o material bélico e, em conjunto com o conselho da comuinidade, melhorou as condições de monitoramento do presídio.
"Nós vivemos de parcerias. Temos uma parceria com o Corpo de Bombeiros, onde uma recuperanda presta serviços externos"
A capacidade do presídio é para cinquenta detentas, e hoje conta com 43. "Estamos no lucro porque no Estado todo está lotado, e aqui nós conseguimos manter essa média de 43 a 45 recuperandas".
Guiomar disse que é plano do governo do Estado criar CDPs, centros de recuperação, que não é cadeia nem presídio, é um centro maior de ressocialização, afastado do centro."Estamos pensando em tirar a cadeia daqui, do centro da cidade, estamos estudando isso com o prefeito e vereadores".
REMISSÃO DE PENA
Conforme explicou a diretora, todo trabalho de ressocialização feita pela detenta, entra como remissão da pena. Segundo ela, há um projeto em andamento no presídio, feito por um agente penitenciário que é Agrônomo -Antonio Silveira-, que prevê uma parceria com o CEFEM -Centro de Formação Espiritural Missionária das Irmãs Claretianas, para que as recuperandas trabalhem na horta da instituição
"A cada três dias trabalhados a pessoa consegue remir um dia de sua pena" explicou. O projeto tema parceira do curso de Agronomia da Unemat, que vai dar o suporte técnico para as detentas recuperar a horta do CEFEM.
Outras parceiras firmadas são com o Sindicato dos Produtores Rurais local e SENAI de Barra Garças, no sentido de ministrar cursos profissionalizantes. No presídio, são ministradas aulas escolares regulares, nos dois períodos, que também concorrem para a remissão da pena das participantes.
MAIS HARMONIA
Segundo Guiomar, a grande maioria das recuperandas estão presas por tráfico de drogas. "Elas são pegas tentando levar drogas para os maridos na cadeia" disse, o que afasta o perigo de detentas de alta periculosidade. "Quando chega uma aqui nestas condições, eu transfiro de presídio".
Segundo ela, as instalações do presídio de Nova Xavantina estão entre as melhores do Estado. Em sua mensagem de final de ano, Guiomar foi clara: "O que os homens estão precisando é de mais harmonia. O Brasil tem jieito, tudo tem jeito, mas precisamos de harmonia" disse ela.
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